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Cogumelos silvestres comestíveis

Um grupo de investigadores da Escola Superior Agrária de Bragança está, desde Outubro de 2005, a estudar várias espécies existentes na região. O objectivo é avaliar todas as características bioquímicas dos fungos e as suas propriedades medicinais.

GRUPO DE INVESTIGADORES ANALISA PROPRIEDADES BIOACTIVAS

O Nordeste de Portugal é uma das regiões europeias com maior diversidade de cogumelos silvestres comestíveis, muitos dos quais com enorme importância gastronómica. Contudo, pouco se sabe das propriedades deste produto natural. Um grupo de investigadores da Escola Superior Agrária de Bragança (ESAB) está, desde Outubro de 2005, a estudar várias espécies existentes na região. O objectivo é avaliar todas as características bioquímicas dos fungos e as suas propriedades medicinais. Existe pouca informação relativa à actividade antioxidante de cogumelos silvestres europeus tendo sido este grupo a descrever, pela primeira vez, o poder redutor e o efeito bloqueador em radicais livres (elétrons destruidores de células de que o corpo humano precisa) de algumas espécies de cogumelos portugueses silvestres comestíveis, nomeadamente, do nordeste transmontano. Sabe-se que alguns cogumelos chineses milenares têm grandes qualidades terapêuticas, designadamente, em algumas doenças e tumores do esófago e pulmões, por isso o objectivo, “é determinar se as nossas espécies podem também constituir uma boa dieta alimentar e acima de tudo, descobrir as suas capacidades anti-tumorais”, comenta a coordenadora da investigação Isabel Ferreira. Apesar da maioria das espécies estar identificada em livros, nada se conhece da sua composição química.

 

Investigadores do IPB estudam possibilidade dos cogumelos serem uma fonte natural de combate a tumores

Na prática pretende-se analisar a possibilidade dos cogumelos serem uma fonte natural de combate a doenças humanas, especialmente, tumores. Para além dos testes que comprovam a importância deste recurso natural como potenciais antioxidantes e agentes antimicrobianos, estão ainda a ser efectuadas várias análises com vista à caracterização química e nutricional das espécies recolhidas. Este estudo envolve técnicas espectrofotométricas, cromatográficas e electroquímicas efectuadas nos laboratórios do Instituto Politécnico de Bragança (IPB) em cogumelos desidratados, congelados e cozinhados. Para Isabel Ferreira uma das principais potencialidades dos cogumelos analisados é a sua “excelente” composição antioxidante pois, segundo explica, “a manutenção do equilíbrio entre a produção de radicais livres e as defesas antioxidantes (enzimas e moléculas não enzimáticas) é uma condição essencial para o funcionamento normal do organismo humano”. “Quando este equilíbrio tende para a produção de radicais livres dizemos que o organismo está em stress oxidativo e nestas situações os radicais livres em excesso podem oxidar e danificar lípidos celulares, proteínas e DNA, inibindo a sua função normal e conduzindo a várias doenças como os tumores”, explica.

Passados alguns meses de investigação, testes laboratoriais e analisadas mais de 20 espécies, a investigadora pode afirmar que são uma boa fonte natural de antioxidantes e conseguem inibir a peroxidação lipídica de membranas celulares. Resta agora determinar quais as substâncias responsáveis pela actividade antioxidante. “Estes dados são importantes atendendo ao facto de cerca de dois terços das mortes relacionadas com tumores poderem ser evitadas através de um estilo de vida saudável. Assim, uma dieta adequada que envolva o consumo de antioxidantes pode minimizar os riscos de cancro,” acrescenta Isabel Ferreira.

Depois de conhecer as capacidades antioxidantes e identificadas as espécies mais promissoras, está conseguido o objectivo deste projecto que pretende já avançar para uma nova fase que envolve novas candidaturas e parceiros. O objectivo é fazer ensaios com células humanas cancerígenas da tiróide e do cólon.

Fonte: Voz do Nordeste

2 Comments

  1. ciesa

    2009/03/09 at 17:17

    The role of macrofungi on agronomic, economic and environmental aspects of the Northeast of Trás-os-Montes. Application to chestnut, pine and oak production.

    http://www.esa.ipb.pt/agro689

    Demonstração do papel dos macrofungos na vertente agronómica, económica e ambiental no Nordeste Transmontano.
    Aplicação à produção de plantas de castanheiro, pinheiro e carvalho.

  2. eu gostava de saber se existem trufas em potugal, pois quando era pequeno apareciam quando se plantavam as batatas ao remover os terrenos junto aos terrenos ´de castanheiros e carvalhos na minha aldeia um tuberculo ou algo assim que ninguem lhes ligava porque eram muito rugosas e um aqui outro ali e eram assim irregulares como as trufas e da mesma cor ,hoje algumas dezenas de anos passados fiquei intrigado com um programa que vi na televisão em que vi trufas em italia e eram em tudo iguais aquilo que despresavam na minha aldeia. será que no norte em algumas regiões como a minha aldeia podem existir trufas. alguem e tira esta duvida?

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