Vila Real, 10 Mar (Lusa) – O secretário de Estado do Desenvolvimento Rural anunciou hoje, em Vila Real, a atribuição em 2009 do prémio “Engenheiro Moreira da Silva” que visa incentivar o “regresso” dos alunos universitários às ciências florestais.

Ascenso Simões, que falava no decorrer da abertura da Semana Florestal da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) disse ainda que o Ministério da Agricultura vai promover, com as instituições de ensino superior, a “primeira Universidade de Verão” para alunos das ciências florestais de todo o país.

Estas iniciativas ministeriais visam, segundo o governante, incentivar os estudantes a optarem por estes cursos e assim promover a qualificação dos recursos humanos do sector florestal.

O prémio monetário “Engenheiro Moreira da Silva”, cujo valor o secretário de Estado não adiantou, destina-se ao melhor aluno finalista nas ciências florestais em Portugal e representa “uma aposta no futuro, na capacitação técnica dos licenciados, no desenvolvimento do espírito inventivo e capacidade de envolvimento dos estudantes”.

Ascenso Simões salientou que representa ainda uma homenagem a Moreira da Silva, “um dos mais notáveis técnicos florestais das últimas décadas em Portugal”.

Durante o Verão, os alunos poderão estagiar nos diferentes serviços da administração florestal, “podendo alargar a sua base de conhecimentos e ganhar experiência de trabalho”, salientou o secretário de Estado.

Os estudantes poderão contactar com as diversas actividades da floresta como a caça, a pesca, viveiros, à gestão florestal, certificação, fogos florestais ou pragas que afectam o sector.

Segundo dados do governante, o sector florestal emprega cerca de 260 mil pessoas e é responsável por quatro por cento do PIB e 14 por cento do PIB industrial, representando mais de 10 por cento do total das exportações nacionais.

Ascenso Simões referiu que, nos últimos dois anos, o Governo colocou a floresta no centro das preocupações, o que, conjuntamente com a criação dos gabinetes técnicos florestais, das centrais de biomassa e a implementação das Zonas de Intervenção Florestal vai permitir criar mais postos de trabalho neste sector.

Para o combate aos incêndios florestais o país vai dispor este ano, segundo Ascenso Simões, de mais 60 equipas de sapadores florestais, protocoladas com organizações de produtores florestais e câmaras municipais.

Desta forma, verifica-se um aumento para 263 equipas, mais 100 em quem 2005.

“Estas equipas, juntamente com os técnicos do Estado, permitirão a realização de 1.600 hectares de fogo controlado, bem como abrir Maios de 30 frentes de trabalho de silvicultura preventiva ao longo de todo o país”, salientou.

Acrescentou que, ainda neste campo, deverão estar protocolados, até Maio, 240 gabinetes técnicos florestais, mais 65 que em 2005, e, até à mesma data, deverão ser entregues 250 planos municipais de Defesa da Floresta Contra Incêndios.

A UTAD possui uma forte tradição na área das ciências agrárias, e depois de durante dois anos não ter recebido nenhum aluno o curso de Engenharia Florestal, viu preencher o total de vagas disponíveis para o ano lectivo 2008/09.

Segundo o coordenador do curso, João Bento, foram 20 os novos alunos que ingressaram neste curso o que, segundo frisou, veio dar “um novo fôlego” a esta licenciatura.

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