Um grupo de três investigadores da Escola Superior Agrária de Bragança, está desde 2004, com o apoio da Caixa Agrícola (CA), a desenvolver sistemas de controlo da mosca, com baixo impacto no ambiente e no produto final: o azeite. A mosca da azeitona é considerada a principal praga da cultura da oliveira na região mediterrânica e escolhe essencialmente a variedade “madural”. Actua especificamente entre finais de Agosto a Outubro. É especialmente ruinosa, quer pelos estragos directos que causa à azeitona, mas também pela perda de qualidade de azeite.
No Nordeste Transmontano a oliveira é uma árvore “sagrada” e constitui uma cultura de relevante importância económica. Mas, como em todas as culturas, as pragas e as doenças são um dos principias problemas na produção na quantidade e na qualidade. Actualmente, os meios disponíveis para o combate às doenças são essencialmente à base de químicos abrasivos, com efeitos secundários para o meio ambiente e para o homem, por isso, o modo de protecção integrada e a agricultura biológica da olivicultura tem vindo a ganhar adeptos. No entanto, a proibição de utilização de qualquer produto químico ainda afasta muitos olivicultores desta prática por falta de soluções ecológicas, práticas e baratas. Um grupo de três investigadores da Escola Superior Agrária de Bragança, está desde 2004, com o apoio da Caixa Agrícola (CA), a desenvolver sistemas de controlo da mosca, com baixo impacto no ambiente e no produto final: o azeite. A mosca da azeitona é considerada a principal praga da cultura da oliveira na região mediterrânica e escolhe essencialmente a variedade “madural”. Actua especificamente entre finais de Agosto a Outubro. É especialmente ruinosa, quer pelos estragos directos que causa à azeitona, mas também pela perda de qualidade de azeite.
Garrafas de água, com substâncias que libertam odores, capazes de atrair moscas
Segundo o coordenador da investigação, José Alberto, na região e dependendo dos anos, “os ataques desta praga podem ser elevados podendo atingir valores na casa dos 80 por cento na produção”. Por isso explica que “é necessário intervir e optar por técnicas e aplicações que protegendo o olival contra a praga, afectem o menos possível o ambiente e a saúde humana”. Depois do grupo de trabalho ter identificado e caracterizado os diferentes meios de luta contra o flagelo e estimar os prejuízos associados à mosca, a investigação passou então a desenvolver diferentes métodos de controlo do insecto com baixo impacte no ambiente e avaliou os custos das diferentes formas de controlo. Toda a pesquisa, além de uma forte componente laboratorial, assenta também em muito trabalho de campo. Os estudos incidem essencialmente na zona da Terra Quente, onde estão localizadas a maiores explorações de agricultura biológica do olival.
As experiências assentam na utilização de armadilhas Olipe (garrafas de água) em que são testadas quatro substâncias diferentes, especialmente atractivas para esta espécie devido ao odor que libertam: a ureia; hidrolizado de proteína; fosfato de amónio de adubo e fosfato de amónio. “A ideia é que as moscas sejam atraídas para dentro da garrafa onde vão morrer”, explica o investigador. Para testar os métodos foram seleccionados olivais com cerca de cinco hectares onde foram instaladas as armadilhas numa parte (uma garrafa por oliveira), enquanto que a outra serve de testemunha para comparação. A eficácia é medida também pelos custos e análise de resíduos dos frutos de forma a garantir que a utilização destes produtos não traz perigo para o utilizador nem interfere com a qualidade do azeite.
Na actual fase de investigação e segundo José Alberto, as conclusões permitem afirmar que das quatro soluções, a base de ureia é a mais nefasta de todas para os auxiliares e o fosfato de amónio é a solução mais cara. “Apesar de todas terem índices elevados no controle da mosca da azeitona, observamos que o problema é que as substâncias atraem também fauna auxiliar que faz falta ao ecossistema como as joaninhas”, diz José Alberto. O objectivo até 2008 é “optimizar uma substância que atraia unicamente a mosca da azeitona e eleve os índices de controlo desta praga”. As substâncias mais promissoras são o fosfato de amónio e o hidrolizado de proteína. A Associação de Agricultores para a Protecção Integrada de Trás os Montes e Alto Douro (APPITAD) é parceira deste projecto e tem acompanhado a investigação desde o inicio. Durante a investigação são organizadas visitas dos agricultores aos campos de ensaio, onde no final serão divulgados os resultados do projecto de investigação. O financiamento do projecto é de 28 mil euros.
Fonte: Voz do Nordeste
2011/11/08 at 14:34
Após ler sobre a vossa investigação ,gostaria de saber se já chegaram a conclusões e que nos é oferecido para o combate à mosca.
Cumprimentos
Travessas