Isabel Ferreira subiu quatro posições em ranking mundial e está em 46º lugar entre mais de 4300 investigadores de todo o mundo na sua área
Um dos rostos do sucesso da investigação do Instituto Politécnico de Bragança é o de Isabel Ferreira.
A investigadora do Centro de Investigação de Montanha do IPB trabalha, essencialmente, na química alimentar e na última revisão trimestral do Essential Science Indicators da ISI Web of Knowledge da Thomson Reuters subiu quatro posições, estando, agora, no 46º lugar entre 4345 investigadores analisados a nível mundial. É mesmo a primeira investigadora portuguesa a aparecer no ranking.
O Prof. José Alberto é outro investigador da Escola Superior Agrária De Bragança a aparecer e posiciona-se em 84º no ranking.
Este ranking contabiliza as citações totais, o número de artigos produzidos e as citações por artigo em revistas de referência.
Para mim representa um reconhecimento da qualidade da investigação que fazemos. Quando um artigo é muito citado significa que é muito lido e utiliza metodologias de referência, que acabam por ser citadas por outros autores. Quando começamos a fazer investigação não pensamos nos rankings mas em divulgar os resultados da nossa investigação. A segunda lógica é escolher as revistas de maior impacto em todo o mundo. E, se tivermos um destaque mundial, ainda melhor”, disse ao Mensageiro Isabel Ferreira.
A investigadora trabalha na área da química de produtos naturais, sobretudo na aplicada à área alimentar e alguns na área farmacêutica.
“Na prática, estudamos matrizes da nossa região, sobretudo cogumelos, plantas medicinais e aromáticas, e frutos secos. Fazemos caracterização química e nutricional e tentamos identificar compostos que tenham valor acrescentado provenientes destas matrizes. Identificamos novos compostos, isolamo-los e fazemos aplicações na área alimentar, nomeadamente com aditivos naturais para substituir os químicos, como conservantes. O objetivo é tirar partido dos aditivos naturais”, explicou.
Ultimamente tem estado a desenvolver um trabalho com a flor de castanheiro, cidreira e camomila para conseguir preservar o tempo de prateleira do queijo da serra da Estrela. “Temos associados projetos de investigação de incorporação destas matrizes em queijos, no sentido de aumentar o seu tempo de prateleira, ou seja, utilizá-los como conservantes naturais. Também temos projetos com
empresas, da região ou não. Na parte de cogumelos ou ervas aromáticas temos parcerias com empresas não só da região mas de outros pontos do país”, explica.
Esta investigação direcionada aos queijos é um projeto em parceria com a serra da Estrela mas pode permitir aumentar bastante as exportações de um produto de excelência do país.