Na lista dos cientistas mais citados no mundo há uma investigadora do Instituto Politécnico de Bragança. Entre os seis cientistas portugueses mais vezes citados pelas revistas da especialidade em todo o mundo surge o nome de Isabel Ferreira.
A Química lidera uma equipa de 30 a 40 cientistas do Centro de Investigação e Montanha que procura desenvolver aditivos naturais a partir de compostos extraídos de cogumelos e plantas da região que possam substituir corantes e conservantes sintéticos na indústria agroalimentar. A lista de 2015 da Thomson Reuters inclui vários especialistas que têm em comum desenvolverem trabalhos inovadores. Dentro destes trabalhos, a área dos aditivos naturais é uma das mais dinâmicas e populares no sector de investigação agroalimentar, reconhece Isabel Ferreira.
“É sem dúvida uma área em expansão. Não só a área dos aditivos naturais, como também a área dos alimentos funcionais. É aquilo que nós, em ciência, chamamos um “hot topic”. Por tanto alvo de muitas pesquisas em todo o mundo. Existem, por exemplo, na área dos alimentos funcionais as revistas que só publicam este tipo de trabalhos, relacionados com esta característica que os alimentos podem ter de prevenir algumas doenças e ajudar o bem-estar do consumidor em termos de saúde”, explica. Os diversos artigos que surgem em publicações nacionais e internacionais têm mais de 4000 referências ao trabalho da equipa que Isabel Ferreira lidera. Dos seis representantes nacionais, a investigadora brigantina é a única mulher e a única de um instituto politécnico a integrar a lista de cientistas mais influentes o que para Isabel Ferreira é um “grande orgulho”. “Porque a qualidade de uma instituição não se vê pelo rótulo que tem, não se vê por ser Universidade ou ser Instituto Politécnico. A qualidade das instituições tem a ver com a estratégia que elas seguem, com as pessoas que estão lá, com as instalações que têm, os recursos que têm à sua disposição e o Instituto Politécnico de Bragança tem dado provas mais que suficientes, de que realmente tem em termos de investigação condições excelentes e por isso fico mesmo feliz por ser, por estar num Instituto Politécnico e sobretudo por ser o Instituto Politécnico de Bragança. Uma cidade do nordeste transmontano, que em Portugal às vezes pode parecer pequena mas que no mundo é como tantas outras e portanto é uma questão de nos conseguirmos realmente fazer com que a ciência que se faz em Bragança chegue ao mundo”, entende. Apesar de a investigadora e docente de 42 anos ter feito a sua formação académica nas universidades do Porto e do Minho, o objectivo foi sempre regressar a Bragança, onde afirma estar por opção.
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