Os primeiros resultados da luta biológica contra a vespa das galhas do castanheiro, apresentados hoje em Vinhais, indicam que será possível controlar a praga em «cinco, seis anos» nos soutos tratados.
A expectativa deixou os produtores «entusiasmados» e foi avançada por Albino Bento, o coordenador da equipa do instituto Politécnico de Bragança (IPB) que está a fazer as largadas do parasitóide que se alimenta das larvas e impede o desenvolvimento e ataque da vespa.
O concelho de Vinhais, no distrito de Bragança, é um dos maiores produtores de castanha e também aquele onde têm sido detetados mais soutos infetados, concretamente 130, em 2018, e 600, em 2019.
Depois de no ano passado terem sido feitas 52 largadas do parasitóide neste concelho, para este ano estão previstas 150, como foi hoje indicado numa cerimónia com autarcas e produtores em que foram apresentados os resultados obtidos até agora.
O inseto que está a combater a praga já está a reproduzir-se naturalmente com taxas de instalação superiores a 80 por cento. Com base nos resultados das amostras analisadas e nos estudos internacionais sobre outros com o problema da vespa que seca os castanheiros, Albino Bento acredita que «nos soutos onde foram feitas as largadas em cinco, seis anos é possível aniquilar a praga».
Ainda assim, alerta que haverá impactos na produção, que ainda não são visíveis, mas que nos próximos anos, mesmo a correr bem, a região terá «três, quatro anos com alguns prejuízos».
A vespa das galhas do castanheiro foi detetada nesta região, que é maior produtora portuguesa de castanha, em 2015, e em 2018 foram feitas as primeiras largadas do parasitóide com que está a ser feita a luta biológica para evitar quebras avultadas na produção de castanha como aconteceu em países como a Itália.
A luta à praga está a ser apoiada pela Câmara de Vinhais com um financiamento anual na ordem dos 15 mil euros. O presidente, Luís Fernandes, frisou que «o concelho depende muito da castanha e tendo em atenção a importância que ela tem no contexto económico a autarquia» presta apoio, acreditando que «os resultados serão menos negativos e será possível evitar uma quebra maior» da produção.
Fonte: Confagri