Investigação e tradição nos produtos de excelência
Investigação e tradição nos produtos de excelência
As montanhas transmontanas são o cenário ideal para a instalação do CIMO. Criada em 2003, esta unidade de investigação está integrada no Instituto Politécnico de Bragança (IPB). Centro de Investigação de Montanha é o que quer dizer a sigla. Incorpora actualmente 98 membros, 60 dos quais doutorados, contando ainda com colaboradores externos ao IPB. «No seu género é único no País», confirma ao Ciência Hoje Jaime Pires, o responsável.
Ainda que seja um Centro multidisciplinar, foca-se essencialmente no desenvolvimento sustentável das regiões rurais e de montanha, identificadas como ecossistemas sensíveis e repositórios de biodiversidade.
Um dos grandes projectos em que o CIMO está envolvido é a atribuição de valor ambiental à paisagem para que as populações locais possam ser ressarcidas pela valorização. Jaime Pires salienta ainda o trabalho desenvolvido junto da oliveira, do castanheiro e do sistema agro-pecuário. «Avaliamos a fertilização, a cobertura do solo», afirma, referindo-se à oliveira.
O CIMO encontra-se subdividido em três grupos: o primeiro dedica-se aos Ecossistemas Naturais e Áreas Públicas, o segundo à Agricultura de Montanha e o último à Tecnologia e Segurança Alimentar. Estas três equipas debruçam-se, fundamentalmente, sobre questões relacionadas com a floresta, a caça, a pesca, a apicultura, a ecologia da paisagem, os cogumelos, os sistemas agro-pecuários e a caracterização físico-química e microbiológica de produtos naturais, procurando conciliar o trabalho de campo, onde recolhem muitas das matrizes que estudam, e o trabalho laboratorial, desempenhado maioritariamente no Instituto Politécnico.
Este centro tem anualmente um milhão de euros à sua disposição. Importa salientar, contudo, que a maior parte dos fundos são resultado dos projectos de investigação e da prestação de serviços à comunidade levada a cabo pelos seus membros, nomeadamente análise de alimentos, solos e águas provenientes de todo o país.
Apesar do elevado nível de formação dos seus investigadores e do esforço colectivo para promover aquilo que de melhor se faz na região, o CIMO, segundo Jaime Pires, depara-se com alguns problemas que o impedem de concorrer com os seus congéneres situados em zonas mais favorecidas, nomeadamente a dificuldade em fixar recursos humanos e a cooperação com outros centros, decorrente do factor interioridade.
em CiênciaHoje
No próximo dia 10 de Novembro vai decorrer no Instituto Politécnico de Bragança um seminário sobre Propriedade Intelectual – Patentes, Modelos, Marcas e Direitos de Autor. O objectivo deste evento é sensibilizar a comunidade académica e empresarial, bem como a sociedade em geral, para a importância e o valor da Propriedade Intelectual.
Tem uma ideia para uma nova máquina? Um novo produto? Um novo processo de fabrico? Quer lançar uma marca? Está a fazer um software? Ou a escrever um livro? O registo da Propriedade Intelectual confere-lhe mais valor, e protege os inventores da contra-facção e da fraude. Além disso, a área da Propriedade Intelectual está a proporcionar cada vez mais oportunidades de emprego.
O seminário decorre dia 10 de Novembro das 14:30 às 16:30 no Auditório Dionísio Gonçalves, Escola Superior Agrária, Bragança, e é uma organização conjunta do IPB, CIMO e da TecMinho. O orador é o Dr. Marco Sousa, da TecMinho.
A inscrição é gratuita mas obrigatória e pode ser feita junto do Dr. Luís Cabrita, por e-mail para dias-pi@ipb.pt ou através do telefone 273 303 221.
A Data limite de inscrição é 2ª-feira dia 10 de Novembro.
A paisagem está em rápida mudança no Parque Natural de Montesinho. O risco de incêndios maiores e mais intensos nunca foi tão grande nos últimos 50 anos.
Na freguesia mais elevada e remota do Parque Natural de Montesinho, no limite extremo de Trás-os-Montes, mais de três quartos da terra cultivada que havia em 1958 estão ocupados por mato e floresta, aumentando consideravelmente a probabilidade de a área ser consumida por incêndios de grandes proporções, de acordo com as conclusões de um estudo feito por quatro cientistas portugueses e publicado este mês nos Estados Unidos por um dos maiores editores mundiais de ciência, a Springer.
João Carlos Azevedo, investigador do Instituto Politécnico de Bragança, e outros três cientistas estudaram a evolução da paisagem na freguesia de França, que, além desta aldeia, inclui ainda as localidades de Portelo e Montesinho, numa área total de 5700 hectares. Em 50 anos, as terras cultivadas passaram de 22 para menos de 5% da superfície da freguesia.
“Não é nada que não soubéssemos, mas o que este estudo traz é a confirmação dessa realidade com números, áreas e parâmetros”. O abandono dos campos tem sido acompanhado por um decréscimo acentuado da população das três aldeias, que passou de 834 em 1960 para 275 em 2001. Três vezes menos. Em contrapartida, a área ocupada por mato denso de giesta e urze tornou-se quatro vezes maior do que na década de 50. O estudo recorreu a modelos de simulação de fogo para chegar à conclusão de que, apesar de não haver nenhum incêndio grande na freguesia há dez anos, o risco de vir a ocorrer um mais intenso e devastador do que no passado está no seu nível máximo. França é uma das freguesias mais procuradas pelos turistas que visitam o Parque Natural de Montesinho.
© 2024 Notícias ESA
Theme by Anders Noren — Up ↑