Está a decorrer até amanhã, no Instituto Politécnico de Bragança, a terceira edição das Jornadas de Lúpulo e Cerveja – Novas oportunidades de negócio.
O objectivo do evento, organizado em conjunto com a Associação Bralúpulo, é debater as potencialidades da planta, nomeadamente as estratégias para redução de custos de produção, a transformação e a possibilidade de captar fundos comunitários para investimentos nesta produção.
O lúpulo foi mesmo a cultura mais rentável do distrito, entre as décadas de 60 e 80. No concelho de Bragança, chegou a haver cerca de 30 campos de lúpulo, num total de mais de cem hectares. No auge da produção, os produtores de lúpulo do distrito vendiam o produto à empresa Lupulex, que foi extinta em 1990. Nessa altura foi constituída a Bralúpulo, Produtores de Bragança e Braga e o lúpulo passou a ser vendida à Centralcer e actualmente é também vendido à Unicer. Além dos postos de trabalho que criava na altura da colheita, o lúpulo movimentava ainda o comércio, nomeadamente de adubos, pesticidas, alfaias e máquinas agrícolas.
Na década de 80, Bragança tinha uma cooperativa que recebia dezenas de produtores de lúpulo que partilhavam as máquinas de ripagem e secagem. A partir de finais da década de 80, houve uma reconversão da cultura, apostando-se na plantação da variedade Nugget, uma vez que a variedade produzida até então, deixou de ter valor comercial. Para a reconversão da cultura, os produtores tiveram o apoio de fundos comunitários, algo que consideram que é necessário garantir actualmente para a sobrevivência da cultura do lúpulo.
Agora há apenas duas explorações no distrito. Uma actividade que é mantida por gosto e não propriamente pelos rendimentos obtidos. Cada plantação tem 6 hectares e é explorada por 3 produtores, o que totaliza 6 produtores e 12 hectares de produção no distrito de Bragança e a nível nacional. António Rodrigues, em Pinela, no concelho de Bragança continua a dedicar-se à produção de lúpulo, apesar de considerar que actualmente a cultura não é rentável. “A cultura do lúpulo, presentemente, não é rentável. Os custos de produção são elevados. O valor pago ao produtor muitas vezes é inferior aos 4 euros. Neste momento, está estabilizado mas como os produtores não tinham capacidade para apostar na maquinização foram abandonando a cultura porque os custos de produção eram superiores aos rendimentos”, refere o produtor.
Um dos entraves à rentabilidade da produção é a extracção da flor do lúpulo que é feita na Alemanha, o que encarece a produção. Para justificar a instalação de uma fábrica de extracção seria necessária uma produção de 500 hectares. Investir nesta cultura pode não ser para todas as bolsas. Segundo os produtores, para produção de 6 hectares, o ideal para atingir uma produção rentável, é necessário um investimento de cerca de 500 mil euros, entre plantas e sistemas de irrigação e mecanização. Uma das soluções poderá ser a constituição de cooperativas e dividir parcelas, de forma a exigir menos investimento.
A Agência de Segurança Alimentar Europeia continua a colocar sob escrutínio alguns aditivos utilizados de forma massiva em muitos dos produtos que ingerimos: o ácido sórbico, o sorbato de potássio e o sorbato de cálcio, utilizados como conservantes, inibidores do crescimento de fungos e bactericidas. Estes conservantes existem na natureza em diversos alimentos e para a sua utilização na indústria são obtidos por síntese química. As quantidades diárias ingeridas, DDR – Dose Diária Recomendada, foram revistas tendo em conta novos dados científicos. Contudo, a utilização de aditivos, naturais ou sintéticos, é uma condição incontornável para consumir um alimento seguro, sem riscos de saúde para o consumidor.
Nesta linha, diversos investigadores da área alimentar têm direccionado os seus estudos para a utilização de aditivos naturais. Uma publicação muito recente na revista Trends in Food Science & Technology, em Junho 2015, de investigadores do Instituto Politécnico de Bragança e da Universidad Complutense de Madrid: “Natural food additives: Quo vadis?”, faz uma revisão dos aditivos naturais com poder antimicrobiano, antioxidante, adoçante ou de coloração, que foram testados ou estão já em utilização em produtos alimentares.
A disponibilização de alguns destes produtos naturais e a sua viabilidade económica ditarão as regras de um caminho a percorrer, que começa na ciência com a validação técnica da aplicabilidade de alguns dos aditivos naturais testados, seguindo assim as novas exigências dos consumidores.
em CiênciaHoje
Afixado na página da ESA o Calendário de Exames TE/DA e Finalistas
A entrada é livre mediante inscrição:
http://esa.ipb.pt/eventos/amendoeira
No âmbito do programa ERASMUS – ESA irão decorrer no dia 19 de junho (sexta-feira), às 11:30, na sala G5-S3/01, os seguintes seminários:
“Cadastral and land register in Romanian“, proferido pela Professora Raluca Manea, University of Agricultural Sciences and Veterinary Medicine from Bucharest (Roménia)
“Water Quality management“, proferido pela Professora Ana Virsta, University of Agricultural Sciences and Veterinary Medicine from Bucharest (Roménia)
Inscrições e mais informações em http://esa.ipb.pt/lupulocerveja/
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