Jovens criam o próprio emprego
A criação de novas empresas é a aposta dos recém-licenciados do Instituto Politécnico de Bragança (IPB) para entrarem no mercado de trabalho. Com o canudo na mão, os jovens optam pela concretização de planos de negócio, que, por vezes, surgem durante o percurso académico.
Segundo o coordenador do Núcleo de Empreendedorismo do IPB, José Adriano Pires, ser empeendedor é a chave para transformar uma simples ideia num negócio de sucesso. Por isso, o estabelecimento de ensino disponibiliza, desde o passado mês de Setembro, um espaço que dá apoio a quem quiser lançar o seu próprio projecto. No Gabinete de Empreendedorismo (GE), os futuros empresários encontram um vasto leque de informação sobre o mercado, bem como apoio e ferramentas para a concretização da sua ideia.
Até ao momento, o gabinete já impulsionou a criação de quatro novas empresas no distrito de Bragança, que terão condições para arrancar durante o próximo ano. Estes projectos vão nascer pelas mãos de recém-licenciados do IPB, que pretendem criar o seu próprio emprego e concretizar propostas desenhadas durante a vida académica.
Trabalho precário leva os jovens a apostarem na criação de empresa própria
“O que me leva a montar a minha própria empresa é, por um lado, a ingratidão do mercado de trabalho para com os recém-licenciados e, por outro, pôr em prática um negócio idealizado por mim, que tudo indica que pode vir a ser rentável”, salientou Rodolfo Moreno, licenciado em Ciências do Desporto.
Na óptica de José Adriano, o empreendedorismo é uma forma dos jovens salvaguardarem o seu futuro. “Já lá vai o tempo em que uma pessoa com um canudo na mão arranjava um emprego para a vida”, sublinha o responsável.
O trabalho do GE é direccionado para o processo da criação de empresas, que se divide em diferentes fases. “A partir do momento que as pessoas tenham ideias com potencial comercial, nós criamos todos os mecanismos para as ajudar a desenvolver os seus projectos”, explicou José Adriano.
A formação é a ferramenta inicial disponibilizada pelo GE, através da qual os alunos têm contacto com o programa “Poliempreende”. “Temos 250 alunos inscritos nas acções de formação. Posteriormente, as ideias que surgirem podem ir a concurso e receber prémios de âmbito regional e nacional”, realça o responsável.
IPB pretende constituir uma rede de incubação virtual de empresas
Após a avaliação da ideia, os estudantes têm ao seu dispor uma série de mecanismos para darem corpo ao projecto. Para tal, o IPB já estabeleceu parcerias com entidades locais, como é o caso do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), Centro de Apoio à Criação de Empresas (CACE) e algumas instituições bancárias.
No futuro, José Adriano afirma que o IPB pretende alargar os acordos a todas as Câmaras Municipais do distrito e a Associações de Desenvolvimento Regional.
“A ideia é criar uma rede de incubação virtual de empresas com um conjunto de parceiros. Para tal idealizamos duas acções: a criação de uma associação de Business Angels (empresários com capital dispostos a injectar dinheiro nas novas empresas) e uma pré-incubadora de empresas com cinco gabinetes para os futuros empresários poderem trabalhar”, sublinha o coordenador.
José Adriano salienta, ainda, que existe um clima favorável à criação de empresas, visto que há mecanismos financeiros que apoiam a instalação de novos negócios. “O Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN) disponibiliza uma parcela importante para esta área”, recordou o responsável.
Fonte: Jornal Nordeste
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