Caracterização >

Descrição das actividades

A concretização do presente projecto pretende:

  • Demonstrar a já conhecida biodiversidade de macrofungos comestíveis e com valorização económica em povoamentos de castanheiro, carvalho e pinhal, que constituem as principais espécies lenhosas desta região;
  • Produzir plantas das espécies em estudo, inoculá-las com fungos nativos, por forma a demonstrar junto dos produtores os diversos benefícios que decorrem desta associação.

Neste sentido serão feitas a instalação e visita de campos de demonstração da biodiversidade de macrofungos e micorrizas (acção 1), a produção de plantas das espécies em estudo e sua inoculação (acção 2), instalação, visita e acompanhamento de campos de experimentação/demonstração de plantas inoculadas (acção 3), realização de acções e suportes de divulgação (acção 4) e organização de um curso de identificação de cogumelos silvestres comestíveis e métodos adequados à sua colheita (acção 5).

Descrição das acções:

  1. Instalação e visita de campos de demonstração da biodiversidade de macrofungos e micorrizas

    1. Selecção dos povoamentos de demonstração (castanheiro, pinheiro e carvalho) e contacto com os proprietários para definição de custos de utilização.
      Os povoamentos estarão inseridos na área do PNM e os proprietários serão contactados para avaliação de custos de utilização dos recursos micológicos utilizados durante os três anos de duração do Projecto. Serão instalados 3 campos de demonstração, de 100m2, em cada tipo de povoamento. (Outono-Inverno 2003) (responsabilidade do PNM, ARBOREA, ESAB).

    2. Visitas aos campos de demonstração
      Serão feitas visitas com os produtores, com o objectivo de facultar o contacto directo destes com as práticas correctas de colheita de macrofungos e permitir uma melhor formação no processo de identificação das espécies com maior potencialidade de aproveitamento económico, uma vez que a maioria deles não conhecem todas as espécies que apresentam elevado valor comercial no mercado Internacional.
      Serão feitas também colheitas de raízes, nos três povoamentos, de forma a sensibilizar os produtores da relação solo/fungo/planta e desmitificar a presença destes organismos como seres isolados, emergentes do solo, e realçando a sua relação com outros organismos (Outono e Primavera de 2003, 2004 e 2005) (Responsabilidade ESAB e PNM).

    3. Colheita, identificação e avaliação do valor organoléptico dos macrofungos, nos diferentes povoamentos seleccionados
      As colheitas serão efectuadas semanalmente durante o período Outono-Inverno e Primavera (responsabilidade PNM, ESAB).
      A identificação dos cogumelos será realizada com base nas características morfológicas, conforme descrito (Moser, 1982; Cetto, 1987, Acuna et al., 1987, Courtecuisse & Duhem, 1995, Jordan, 1995). Em casos duvidosos, poder-se-á efectuar uma descrição microscópica, nomeadamente de esporos (Brundrett et al., 1996) ou recorrer a reacções químicas. A conservação de alguns exemplares, para a sua posterior herborização, será efectuada segundo a bibliografia da especialidade e nomeadamente segundo Brundrett e colaboradores (1996) e já aplicada no herbário micológico iniciado na ESAB (Barrote, 1998; Branco, 2003; Baptista et al., 2003) (Outono e Primavera de 2003, 2004 e 2005) (responsabilidade ESAB e PNM).
      Com o objectivo de demonstrar aos produtores o valor organoléptico dos cogumelos comestíveis colhidos, serão realizadas análises (água, proteinas, lípidos e vitaminas, entre outros) (Outono e Primavera de 2003, 2004 e 2005) (responsabilidade ESAB).

    4. Quantificação da produção total de carpóforos
      A quantificação da produção de carpóforos dos povoamentos em estudo será realizada de modo a avaliar a produção total (peso fresco total), e ainda as produções dos macrofungos comestíveis e com valor económico (Outono e Primavera de 2003, 2004 e 2005) (responsabilidade ESAB e PNM).

  2. Produção de plantas das espécies em estudo e sua inoculação com fungos nativos

    1. Produção de plantas de castanheiro, Carvalho e Pinheiro micorrizadas e não micorrizadas
      Colheita de sementes (responsabilidade ARBOREA).
      Após estratificação em areia (Outono- Inverno 2003), as sementes serão germinadas em estufa climatizada. A inoculação será feita em metade das sementes no momento da sementeira (Primavera 2004) (responsabilidade ESAB).
      Aclimatação em abrigo (Outono-Inverno 2004) (Responsabilidade ESAB).

  3. Instalação, visita e acompanhamento de campos de experimentação/demonstração de plantas inoculadas

    1. Instalação dos campos de experimentação/demonstração
      Quinze campos de experimentação/demonstração, cada um com uma área de 25 m2, serão seleccionados, na área do PNM, e os proprietários serão contactados para avaliação de custos de utilização.(Primavera 2005) ( responsabilidade do PNM, ARBOREA).

    2. Plantação das plantas nos campos de experimentação/demonstração
      Em 3 campos serão plantadas plantas de castanheiro, carvalho e pinheiro inoculadas com fungos nativos. Nos restantes 3 campos proceder-se-á à plantação das mesmas espécies não micorrizadas (Primavera 2005) (responsabilidade ESAB, PNM, ARBOREA).

    3. Acompanhamento dos campos de experimentação/demonstração
      As plantas inoculadas e não inoculadas com os fungos seleccionados serão acompanhadas em termos de sobrevivência, taxas de crescimento e parâmetros fisiológicos (Martins et al, 1997) de modo a avaliar o efeito da inoculação nos mesmos parâmetros.
      Serão identificados e quantificados (peso fresco) as espécies de cogumelos silvestres, que foram utilizados na inoculação, e das que possam eventualmente surgir carpóforos nos campos de experimentação/demonstração. (Desde Primavera de 2005 até Outono de 2006 (Responsabilidade ESAB).

    4. Visita aos campos de experimentação/demonstração
      Serão feitas visitas por forma a demonstrar aos produtores:
      - Os diversos benefícios que decorrem da associação planta/ fungo ectomicorrízico, principalmente ao nível da sobrevivência, do crescimento e desenvolvimento da planta hospedeira, em condições naturais;
      - Uma perspectiva da relação solo/fungo/planta e desmistificar a presença dos cogumelos silvestres como seres isolados, emergentes do solo, realçando a sua relação com outros organismos;
      - Que a inoculação das plantas com fungos de interesse comercial, constitui um rendimento complementar ao nível das principais espécies lenhosas da região, pela produção e venda de cogumelos.(Outono de 2005 e Outono de 2006) (responsabilidade da ESAB, PNM, ARBÓREA)

  4. Realização de acções e suportes de divulgação

    Será realizada divulgação junto dos produtores (de castanheiro, carvalhos e pinheiros) e viveiristas, que são numa primeira análise os principais utilizadores dos resultados obtidos. Neste sentido estão programadas as seguintes acções:
    - Apresentação pública do projecto (Primavera 2004) (ESAB, PNM, ARBOREA)
    - Acções de divulgação nos meios de comunicação social, ao longo da vida do projecto.
    - Elaboração de folhetos de divulgação focando a importância dos cogumelos associados aos castanheiros, carvalhos e pinheiros na dupla perspectiva agronómica e económica (Outono de 2005) (ESAB, PNM);
    - Realização de acções de sensibilização e divulgação junto de técnicos e viveiristas para divulgação do papel das micorrizas nas plantas (Outono de 2005) (ARBOREA, ESAB, PNM);
    - Exposição - feira de cogumelos (Outono de 2006) (ESAB, PNM, ARBOREA);
    - Demonstração das aplicações gastronómicas de cogumelos (Outono de 2006) (ESAB, PNM, ARBOREA);
    - Exposição de fotografias de cogumelos (Outono de 2006) (ESAB, PNM);
    - Criação de uma página web com a divulgação dos resultados e informações tendentes à sensibilização pública do papel dos fungos em geral e das micorrizas em particular, nas múltiplas vertentes ecológica/agronómica/económica (Outono de 2005 e 2006) (ESAB, PNM, ARBOREA).
    - Apresentação pública dos resultados, com elaboração de uma brochura com as conclusões destinadas ao público-alvo do projecto (Outono de 2006) (ESAB, PNM, ARBOREA).


  5. Curso de identificação de cogumelos silvestres comestíveis e métodos adequados à sua colheita

    Será organizado um curso de formação, que terá como principais destinatários os produtores e a comunidade em geral. Este curso terá como principais objectivos a identificação das espécies de cogumelos mais valorizados comercialmente, a divulgação dos métodos adequados à sua colheita e a sensibilização para as espécies a proteger bem como para a importância deste recurso natural como um factor de desenvolvimento rural, por forma a promover o aproveitamento sustentável dos cogumelos (Outono de 2004) (Responsabilidade ESAB e PNM).